[MÚSICA] Olá. Agora vamos começar a nossa conversa sobre transportes e logística, estudando especificamente o modal aquaviário. Dentro desse termo aquaviário, nós temos vários tipos de transportes, nós temos vários modais. O fluvial significa aquele transporte feito por rios. Aqui no Brasil, nós não temos muito o trasporte fluvial, porque o transporte fluvial não pode ter tantas cachoeiras, tantas quedas d'água como nós temos aqui no nosso território. Então o Brasil, realmente, não tem uma grande, uma importante representatividade no transporte fluvial, mas é importante saber que vários países conseguem, sim, aproveitar bem este modal. Quando pensamos no lacustre, também o Brasil não tem grande representatividade, porque nós não temos grandes lagos aqui no Brasil. Lacustre é o transporte de mercadorias, é o transporte que ocorre lagos. Agora, se tratando das hidrovias, aí sim o Brasil tem importantes hidrovias, inclusive uma conexão significativa com o Cone Sul, várias exportações, vários embarques já ocorrem através das nossas bacias hidrográficas, usando o transporte então hidroviário, que depende de equipamentos especiais e tem características específicas para a viagem bacias hidrográficas. Bom, se tratando de cabotagem, aqui sim temos uma grande oportunidade, porque ela também é chamada de transporte costeiro. Cabotagem é aquele transporte marítimo que ocorre dentro do território, ou seja, não estamos falando de uma importação ou de uma exportação. Estamos falando daquela carga, por exemplo, que sai do Porto de Santos e viaja para Belém, ou viaja para Fortaleza, e como nós temos litoral com mais de oito mil quilômetros, nós temos grande potencial, nós temos muitas possibilidades de uso da cabotagem. Ela acontece, então, utilizando portos e também portos alfandegados. Toda vez que nós não estivermos pensando uma mercadoria de importação ou de exportação, não há a necessidade de ser porto alfandegado; eu posso utilizar portos comuns, que nós temos vários aqui no Brasil. Então, cabotagem é, sim, uma grande opção para nós brasileiros, e nós podemos inclusive pensar investir mais nesse tipo de modal, porque ele traz vários benefícios. Vamos pensar alguns deles. Benefícios da cabotagem. Ele tem uma alta capacidade de transporte de carga cada veículo. Considerando o volume de carga transportada, podemos dizer que ele tem baixo nível de emissões de gases de efeito estufa, então significa que é transporte bem pouco poluente, o que é bastante vantajoso. Podemos dizer também que, como esse trasporte ocorre através de toda a malha marítima que nós temos, é possível inclusive transportar mercadorias de alto valor agregado sem os riscos que nós vemos acontecer nas rodovias, ou seja, sem o risco de tantos roubos, de tantos problemas com as cargas, porque dentro do transporte marítimo, naturalmente você já tem pouco mais de segurança. Podemos dizer também que a cabotagem tem equipamentos específicos, que são as chamadas barcaças. As barcaças têm uma elevada capacidade de transporte de carga, e ela não tem muita necessidade de profundidade, ou seja, isso tem até nome específico, é chamado de calado, a cabotagem não precisa de calado muito profundo, o que facilita ainda mais o uso desse modal. Com todas essas vantagens, nós podemos pensar, então, por que não usamos mais? É preciso que você saiba que ela existe, é preciso que você, dentro das suas operações, busque sempre essa alternativa. É verdade que nós ainda não temos uma grande oferta de cabotagem no Brasil, mas várias rotas já são possíveis, são viáveis, e muitas empresas estão buscando a cabotagem como uma alternativa. O transporte internacional si é chamado de transporte de longo curso, e como o próprio nome já indica, ele trabalha com distâncias maiores, sendo realizados entre portos nacionais e internacionais. As grandes vantagens, as principais vantagens dentro de todo esse contexto aquaviário, é que sempre estamos falando de movimentações com capacidade de grandes volumes, estamos falando de grande capacidade de carga, estamos falando de grande capacidade de veículos, tanto no que se refere a peso, quanto no que se refere a cubagem, porque são estes dois fatores que predominantemente determinam o uso de modal, peso e cubagem. No caso do transporte aquaviário, ele não tem restrições nenhum dos dois; nós conseguimos colocar mercadorias com muito peso e mercadorias com grandes volumes, pois estes equipamentos de movimentação dão conta de cargas com estas características. São fretes com relativo custo baixo, normalmente nós temos custo bem acessível, e como já dissemos, menos poluentes. Algumas desvantagens: baixa velocidade, é verdade, é preciso que você programe bem o lead time, pois são fretes pouquinho mais lentos; existe também uma certa lentidão no desembaraço das mercadorias nos portos e aeroportos, muito por conta da burocracia. Mas, de qualquer forma, são excelentes opções, e a maior parte do transporte de cargas internacionais ocorre através do transporte aquaviário. [MÚSICA] [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} [SEM_ÁUDIO} Comércio internacional, transportes e logística, módulo três, modal aquaviário, lição dois, tipos de navios e contêineres. Nesta lição, vamos estudar então os tipos de navios e os tipos de contêineres que podemos utilizar. Começando pelos navios, vamos falar do navio granel, aqueles navios que comportam mercadorias soltas, mercadorias a granel. Temos o granel sólido, que são os grãos, por exemplo, e o Brasil é grande exportador de soja, grande exportador de milho, e estes embarques são feitos com esse tipo de navio granel, granileiro, também podemos chamá-lo assim. Mas também existe o granel líquido, que são, por exemplo, navios para o transporte de suco de laranja. Eu não sei se você sabe, mas o Brasil é grande exportador de suco de laranja, e a mercadoria vai embora através destes navios com capacidade para o transporte de granel líquido. Temos também aqueles outros navios que são porta-contêineres, aqueles navios que transportam contêineres, e aí tem os tipos de contêineres específicos para cada mercadoria, para cada tipo de carga. Existe ainda o navio chamado Roll on-Roll off; algumas pessoas acabam chamando ele de Ro-Ro. O nome desse navio é porque ele permite o embarque de mercadorias rolando é na verdade para o transporte, por exemplo, de veículos. Vários países importam e exportam veículos neste tipo de navio. Navio específico, ele tem uma rampa e os veículos entram, os veículos acessam esse navio e depois quando chegam no no porto lá de destino, saem desse navio também rolando, ou seja, movimento, utilizando essa rampa de acesso que eles têm. Quando começamos a pensar containers precisamos antes lembrar que container é uma embalagem. O container precisa ser visto, precisa ser pensado como uma embalagem que vai oferecer proteção à sua carga. Também podemos dizer que o container é equipamento de unitização. Ou seja, você pode pegar várias cargas soltas, várias cargas dispersas e pode reuni-las único equipamento, num único container. Nesse sentido então, o container é equipamento de unitização, ele transforma todos aqueles volumes que estavam soltos uma única unidade. Existem diversos tipos de containers. Existem containers abertos para você transportar, por exemplo, máquinas que não cabem dentro de container tradicional, dentro de container fechado. Existem containers com a parte superior aberta, chamada open top. Container com a parte das laterais abertas, são chamados open side. Existem containers de tamanhos diferentes de 20 pés e de 40 pés, lembrando que peso e cubagem são dois aspectos muito importantes quando escolhemos o melhor equipamento para movimentação. Temos que pensar ainda, que existem containers refrigerados. Dependendo da mercadoria ela necessita de controle de temperatura e esse controle precisa ser, então, ajustado no equipamento. Atenção, porque o controle da temperatura precisa ser especificado. Então normalmente a mercadoria, por exemplo, precisa de uma temperatura de zero até cinco graus. Uma outra mercadoria, por exemplo, pode precisar de uma temperatura de -20°. Enfim, essa especificação precisa ser bem documentada, essa informação precisa estar clara todos os documentos do transporte para que este container sempre esteja ajustado na temperatura certa que aquela mercadoria precisa. Por fim, da mesma forma como falamos que nós temos navios graneleiros, nós também temos containers para o granel sólido e para o granel líquido. Não sei se eu falei tudo, mas acho que eu falei. Comércio internacional, transportes e logística, módulo 3. Modal aquaviário, lição 3, Porto de Santos. Sejam bem-vindos a esta terceira lição, onde vamos falar do Porto de Santos, o maior porto do hemisfério sul. O Porto de Santos iniciou suas atividades no início do século XVI, operando com estruturas rudimentares até o final do século XIX, quando houve a concessão do porto aos investidores privados. Daí diante começou processo grande de expansão do porto. Bem mais recentemente, 2013, nós tivermos a aprovação da nova lei dos portos. E o que temos hoje é porto com uma variedade muito grande de terminais. No Porto de Santos você opera mercadorias granel sólido, granel líquido, tem terminal para o embarque de veículos, por exemplo, recebendo navios roll-on, roll-off. Também tem terminais turísticos. O Porto de Santos recebe navios de cruzeiro, vários navios de cruzeiro na época de temporada de verão. O Porto de Santos também tem terminais muito importantes para o recebimento de containers. Existe, inclusive, terminais que ficam na margem direita e terminais que ficam na margem esquerda do Porto de Santos, o que oferece ainda mais competitividade para quem opera no comércio internacional. Então quando nós pensamos no Porto de Santos, nós temos que pensar nessa complexidade, nessa grande variedade de possibilidades que ele oferece para o transporte de mercadorias. Podemos dizer que os principais navios do mundo, que as grandes rotas internacionais passam pelo Porto de Santos todos os meses. Navio ele segue roteiro como se fosse ônibus circular. Ele tem os pontos específicos onde ele vai parar. No nosso caso aqui ele tem os portos específicos onde ele vai parar e o Porto de Santos é parada obrigatória para as grandes rotas de navios. Agora tudo isso é possível não com pouco esforço, porque o Porto de Santos ele tem uma geografia bem complicada. Numa vista aérea você consegue perceber como é sinuoso o canal do Porto de Santos e ainda precisamos pensar que ele não tem muita profundidade. A profundidade é importante porque quanto maior é navio na sua parte externa, ou seja, na parte que a gente consegue enxergar, maior é a necessidade de profundidade do canal, porque o navio também tem a sua parte que fica submersa. E o Porto de Santos não é dos portos com maior profundidade. É por isso que frequentemente o porto passa por processo de modernização, ele passa por obras onde existe o movimento de dragagem. Dragagem é processo então de retirada dos resíduos que ficam no fundo do canal, exatamente para liberar mais espaço, maior profundidade para o recebimento de grandes navios. O navio necessita de calado, que é exatamente a profundidade do canal. Para garantir maior profundidade do canal existe a atividade de dragagem para manutenção desta profundidade. O Porto de Santos também, ainda falando sobre a geografia, ele tem alguns pontos de manobra bem estreitos, onde é possível único navio por vez. Então se você tiver numa operação, se você estiver percebendo a operação de navio, quando ele gira no próprio eixo para saída, nenhum outro navio consegue transitar naquele canal. Então isso também acaba trazendo pouco de lentidão para a entrada e saída de navios dentro do porto. Mas ainda assim, é o maior porto do hemisfério sul, é o maior porto também aqui no Brasil quando pensamos movimentação de mercadorias e quando pensamos na diversidade. Quantas cargas diferentes são possíveis de serem transportadas no Porto de Santos. Acho que eu falei tudo. [SEM_ÁUDIO] Ficou pouquinho menor, mas falei tudo. É. Já foi. Essa daqui vai ter mais. [SEM_ÁUDIO] [SEM_ÁUDIO] [SEM_ÁUDIO] Comércio internacional. Transportes e logística. Módulo três, modal aquaviário, lição quatro. BL e despesas. Sejam bem-vindos a esta nossa última lição quando falaremos de transportes. Sejam bem-vindos a essa última lição para falarmos sobre conhecimento de embarque. Conhecimento de embarque é o documento mais importante do transporte internacional. Todo transporte, todos os fretes precisam de acompanhamento do seu respectivo conhecimento de embarque. No caso do transporte marítimo, o nome deste documento É BL, nós falamos Bill of Lading. Quer dizer, o comumente chamado de BL, esse documento comprova que o exportador embarcou a mercadoria, comprova que a mercadoria está de posse daquele armador. Atenção a essa palavra, armador é o dono do navio. E qual é a importância desse documento? O BL apresenta a obrigatoriedade daquele veículo de transporte de dar conta dessa carga, de entregar essa carga no país de destino. Imagine se você embarcou uma mercadoria num determinado porto, no Porto de Santos, por exemplo, e essa mercadoria tem determinado destino. Vamos imaginar que ela deva ir para Rotterdam, na Europa, só que essa mercadoria não chega lá. O navio chegou e percebemos que o nosso container, que a nossa carga não está tá lá dentro. Como comprovar que a carga foi embarcada naquele navio? A comprovação ocorre através do BL. Com o BL você prova que a mercadoria foi entregue e que a mercadoria estava dentro daquele navio, tem o nome do navio, tem a data do embarque e aí, portanto, percebe-se que houve uma problema, a carga desceu algum outro porto, a carga foi entregue algum porto errado e aí começa-se, então, processo de recuperação dessa carga. Se isso não for possível, precisaremos do seguro para recuperar essa carga. Mas importante perceber a importância desse documento, é o documento que comprova que a carga foi entregue para aquele navio e, portanto, ela tem que ser entregue no navio, e, portanto, ela tem que ser entregue no respectivo porto de destino. Quem é que emite o BL? Quem emite o BL é o próprio armador. É o navio que emite o BL no momento que a carga é entregue. E esse BL também será muito útil no momento do desembaraço. Alguns regimes específicos, por exemplo, quando há necessidade de licença de importação, é possível que haja também uma especificidade função do prazo. Limite de data para o embarque daquela mercadoria. Como garantir que a mercadoria foi embarcada dentro do prazo estabelecido por algum órgão anuente naquele BL? Quem comprova a data do embarque também é o BL. Então mais uma função do conhecimento de embarque, ele serve para comprovar efetivamente o dia que a mercadoria foi embarcada, se ela foi embarcada dentro do prazo dado por algum órgão anuente, ou se ela foi embarcada fora daquele prazo. Bom, quando falamos tarifa do frete marítimo é preciso pensar que o valor é cobrado segundo o peso ou o volume da mercadoria. O volume é a cubagem da mercadoria. Então a cobrança é feita pelo peso, ou pela cubagem, pelo que for maior. É sempre assim, prevalece sempre o quê propiciar maior receita ao armador. Então o frete marítimo ele deve ser calculado pelo peso ou pela cubagem e ele pode ser feito de uma maneira pré-pago, ou ele pode ser frete a pagar. No pré-pago, também chamado de prepaid, é o frete pago no local de embarque. Normalmente o exportador quando é de sua responsabilidade arcar com o custo do frete, faz o pagamento de frete prepaid. A outra possibilidade é o frete ser pago lá no destino e nesse caso o embarque acontece com o frete a pagar, normalmente neste caso o pagamento é feito pelo importador. Os custos do transporte marítimo ele é influenciado pelo tipo de carga, ele é influenciado. Os custos no transporte marítimo são influenciados pelo tipo de carga, também pelo peso e pelo. Meu Deus. Os custos no transporte marítimo são influenciados pelo peso e cubagem, mas também são influenciados pelo tipo de carga, se estamos falando de uma carga frágil, se estamos falando de uma carga que está bem embalada, por exemplo, dentro de container, ou se estamos falando de uma carga que está mais exposta, como uma carga a granel. É possível também que a distância, a localização dos portos e a própria dinâmica de desembaraço da mercadoria interfira nos custos de transporte. Principais despesas que temos no transporte marítimo. Algumas taxas muito conhecidas como, por exemplo, handling, que é a taxa de movimentação da mercadoria. É a taxa de pegar a mercadoria num terminal e levar para outro, Enfim, é uma taxa de movimentação assim como a própria capatazia, que é outra taxa paga aos operadores dos terminais que movimentam estas cargas. Existe com muita frequência uma taxa de liberação de BL e também o BL fee, que é uma taxa para emissão do BL. Todas essas palavrinhas são muito comuns para quem opera no transporte marítimo, no transporte de longas distâncias. Agora, existem outras que a gente pode evitar, como por exemplo, o pagamento da demurrage. Essa despesa ela é ocasional. Ela ocorre quando existe atraso na devolução do container. Então significa dizer que é uma despesa evitável, sempre tente evitar a cobrança da demurrage e entregue o container dentro do prazo correto. E por outro lado temos a desconsolidação, que é uma taxa que nós pagamos quando nós queremos que aquela mercadoria que foi unitizada no container seja agora desconsolidada. Nestes casos como estamos falando de uma decisão logística, estratégica, normalmente pagamos sabendo das benfeitorias. Dito isso, concluímos então mais esse módulo que teve início com a conversa, com o nosso bate-papo sobre os modais de transporte. Depois nós falamos sobre os tipos de navios, sobre os tipos de containers. Falamos do Porto de Santos e agora encerramos com os fretes, as cobranças. E desta forma você está apto para conseguir operar os fretes dentro do transporte marítimo, com a melhor competitividade possível. Até a próxima. Ufa. É, foi pouquinho