[MÚSICA] Olá! Bem vindos ao último vídeo desse primeiro módulo onde a gente vai falar, ainda em carácter introdutório, da reconstrução dos sinais e vai resumir pouco as coisas que a gente viu nesse módulo e as coisas que vão vir no nosso curso. A reconstrução de sinais ela é o processo através do qual sinal que existe no mundo digital passa para o mundo analógico. Isso é feito em dispositivos chamados de conversores digital analógico. A ideia é o contrário da amostragem, quer dizer eu tenho uma música agora armazenada no meu smartphone, que vive no digital e eu preciso jogar ela para o meu altofalante, para o meu phone de ouvido que vive no analógico. O que movimenta o meu phone de ouvido é uma corrente e essa corrente precisa ser uma corrente analógica. O processo de reconstrução ele tem uma coisa muito interessante que é melhor vista numa imagem. Então vamos voltar, por exemplo, daquela imagem do cameraman que a gente já falou aqui atrás. Essa imagem, como eu disse, é uma matriz, são conjunto de 256 valores na horizontal, 256 valores na vertical e para cada pixel aqui da imagem, para cada ponto dessa imagem ela é representada por número que dá a escala de cinza daquele ponto. Então eu tenho 256 valores por 256 valores. O que é que acontece se eu quiser jogar essa imagem, lembra que a tela do nosso computador, ela tem conjunto de pixeis também, se a gente der zoom assim a gente vai ser uma série de pontos assim e cada ponto tem três luzes, uma luz azul, uma luz verde e uma luz vermelha. Então eu vou jogar uma informação para cada pixel da tela. Então você tem 2 tipos de pixeis aí: o pixel da imagem que é 256 por 256 e o pixel da tela que é o tamanho da tela. Então vamos imaginar que eu queira representar aquela imagem numa região da tela que tenha 512 valores aqui, tem o dobro de valores aqui. Ora, eu só tenho os valores da imagem, nesses pontos aqui que é onde eu medi a imagem, onde eu tinha sensores. Como que eu posso dobrar o número de pontos aqui? Eu teria que colocar algum valor entre esse 156 e o 159. Algum valor entre o 159 e o 158, eu teria que criar valores aqui no meio dessas amostras, coisa que eu não tenho. Então o processo de reconstrução, de conversão digital para analógico, é o processo de criar esses valores. No caso do sinal de áudio eu tenho lá as minhas amostras, separadas do período de amostragem, do tempo entre uma amostra e outra, e eu preciso criar toda a corrente entre esses 2 instantes consecutivos. Isso que faz o conversor digital para analógico e o que a gente vai ver aqui nesse curso são vários processos de fazer isso, qual é a qualidade, qual é o custo que a gente obtém com cada deles. Então, por exemplo, a gente pode criar os valores no meio entre 2 pixeis simplesmente repetindo o valor. Então aqui no caso do, da imagem do cameraman, eu para criar valor entre o 156 e o 159, eu repito o 156, então eu faço 156, 156, 159, 159. 158 repito esse aqui, vou repetindo todo o mundo. Então basicamente eu repito os valores e isso me dá uma imagem com essa característica aqui, a gente vê que tem monte de quadrados grandes, eu espero que vocês consigam enxergar dentro dos seus dispositivos, mas criam monte de quadrados grandes aqui, existe uma distorção considerável. Existe uma alternativa que é, ao invés de pegar e repetir o 156, é eu pegar a média entre o 156 e o 159 por exemplo, pego a média e crio, coloco aqui. Pego a média entre o 159 e 158 e coloco aqui. Isso me gera uma imagem com uma qualidade consideravelmente melhor. Então a gente vai estudar porque é que essa imagem é melhor, qual é a diferença entre uma e outra, como eu posso transformar uma na outra, quais são os custos associados e o mais interessante é que a gente vai ver que se a gente fizer a amostragem e a reconstrução com cuidado, a gente consegue recuperar perfeitamente o sinal que eu tinha. Então se eu gravo o meu áudio aqui faço essa gravação com cuidado e jogo num altofalante ou num phone de ouvido de boa qualidade com os cuidados devidos, o que você ouve do outro lado é exatamente igual ao áudio que você estaria ouvindo se você estivesse na minha frente, é possível recuperar. Então em resumo, nesse módulo a gente viu as coisas em geral que a gente vai ver nesse curso. Então a gente viu quais são as vantagens do mundo digital, da flexibilidade, de você poder mudar o que o seu sistema faz rapidamente, mudar o seu processamento com o seu sinal, só trocando valores, só trocando programinha de computador, o que é muito fácil de fazer, a robustez a ruído, se você tem algum ruído que muda o nível de tensão você continua interpretando aquele, aquela informação com bit 0, a gente viu como é que é o processo de amostragem, que basicamente a gente fez o mapeamento como tirar fotos, mesmo num sinal que não seja foto mesmo, sinal de áudio. Eu meço a amplitude da corrente em determinados instantes de tempo e guardo aquele valor. A gente viu como isso é transformado em bits através do processo de quantização, que a gente vai ignorar aqui nessa, nesse curso. A gente falou pouco da do aliasing e da reconstrução, esses 3 temas, amostragem, aliasing e reconstrução, são os temas centrais do nosso curso. É isso que a gente vai estudar, é sobre esses 3 problemas que você vai aprender a controlar e o impacto que eles têm e como minimizar esse impacto. E a gente viu, eu queria chamar a atenção muito de vocês aqui, muita coisa sobre frequências. O número de amostras por segundo, o número de vezes por segundo que a roda do carro gira, o aspecto de frequência é aspecto central desse curso, então no próximo módulo a gente vai estudar muito a questão das frequências. A gente vai começar as frequências no mundo contínuo que muitos de vocês podem estar acostumados e a gente vai passar para as frequências no mundo discreto. E a grande motivação é que a gente vai ver que é muito fácil entender e projetar o que acontece se a gente olhar para uma frequência simples. A gente também vai ver que todos os sinais, esse meu áudio, a imagem e tudo mais eles podem ser escritos como uma combinação de frequências. Então se eu sei o que acontece para uma frequência só eu sei o que acontece para várias frequências. Esse conceito pode parecer meio estranho agora, de fato ele é muito complexo, isso é a transformada de Fourier, e a gente vai falar disso de uma forma bem intuitiva, tentando falar com mínimo de matemática possível. Então eu espero ver vocês no próximo módulo quando a gente estiver a começar a estudar as frequências e vai avançando rumo ao entendimento e ao domínio e ao projeto de sistemas de conversão analógico digital e digital analógico. Até lá e obrigado. [MÚSICA]