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A pergunta que temos que responder agora é: como
conectar desemprego com produto E essa
conexão vai ser dada de uma forma relativamente simples.
Se nós lembrarmos, como já dissemos no início deste módulo que
a força de trabalho estará dividida entre emprego e desemprego,
ou seja, empregados e desempregados, se nós estamos trabalhando com
uma dada força de trabalho, ou seja, com o valor constante da força de trabalho,
mais desemprego significa menos emprego.
Menos emprego, significa que as empresas
estão usando menos o fator trabalho para produzir bem esses serviços,
e portanto, o produto na economia está caindo, o PIB da economia está caindo.
Então, a relação tanto quanto de forma simplificada expressa aqui,
nós podemos pensar que quanto mais desemprego há na economia,
menos emprego há, e portanto, se há menos emprego, há menos produto,
ou seja, as empresas estão produzindo menos bens e serviços.
Então, obviamente, a variável de ajuste na decisão das empresas quanto
produzir vem por quanto contratar ou não de trabalhadores.
Então, produz-se mais contratando mais trabalhadores.
Quando se deseja produzir menos, então as empresas vão dispensar trabalhadores.
Essa relação vem de uma simplificação bastante forte
na função de produção, que nós estamos considerando que a função de produção
expressa comportamento linear com o nível de emprego- quanto mais emprego,
mais produção- sem nos preocuparmos com a produtividade marginal do trabalho,
mas podemos incorporar esse elemento e eu vou deixar essa observação
na leitura no material complementar para vocês.
Então, estamos aqui simplificando e tomando uma
suposição de produtividade marginal do trabalho constante igual a Então,
a relação é direta: mais emprego significa mais produto.
Uma outra simplificação que estamos adotando é,
como já mencionamos, a força de trabalho constante.
Então, neste contexto, nós podemos de maneira muito simples,
associar nível geral de preços,
inflação na economia com as condições do mercado de trabalho.
Então, vamos ver quais são essas relações?
Os trabalhadores vão buscar salários nominais mais elevados
quanto menor o desemprego na economia.
Isso significa que quanto menor o desemprego, maior o emprego.
Quanto maior o emprego, maior o produto da economia.
Então, nós observamos que quanto maior o produto da economia,
a situação no mercado de trabalho é uma situação de aquecimento,
tem pouco desemprego, o mercado de trabalho está aquecido.
Então, isso vai fazer com que os trabalhadores tenham mais poder
de barganha, buscando os salários nomianais mais elevados.
Ao buscar salários nominais mais elevados,
isso se reflete no lado da produção de bens e serviços.
Os custos de produção se elevam.
Quando os custos de produção se elevam, o que é que as empresas fazem?
Elas não vão comprometer a sua taxa de markup,
não vão baixar a sua taxa de markup para manter os preços.
Elas vão, dada a taxa de markup, repassar o aumento de custos expresso
pela elevação de salários, vão repassar essa elevação de custos
para os preços dos bens e serviços que elas vendem no mercado de bens e serviços.
Então, portanto, nós observamos aí uma relação direta entre
emprego e nível de produção e nível geral de preços na economia.
Esta relação diretamente proporcional é exatamente aquela que nós vamos
utilizar para expressar toda essa estrutura de decisão de
trabalho e de empresas do lado da produção, do lado da oferta da economia,
nós vamos utilizar essa relação diretamente proporcional,
essa relação positiva para expressar a oferta agregada de curto
prazo como sendo uma curva positivamente inclinada no nosso gráfico.
Então, essa curva positivamente inclinada está
ilustrando conjunto de decisões, tanto de trabalhadores,
quanto de empresas bastante complexo e que foi, de uma forma simples,
expresso aqui poder de barganha para os trabalhadores e
poder de monopólio para as firmas nos mercados de bens e serviços.
São relações que simplificam, obviamente, o que nós observamos no mundo,
mas, ao mesmo tempo, produzem resultado bastante útil para entender o
comportamento da oferta agregada no mundo real.
E esse comportamento se expressa graficamente por essa curva de oferta de
curto prazo positivamente inclinada.
Então, o que é que ela está nos dizendo?
Vamos lá resgatar a lógica.
Tomemos ponto qualquer nessa curva, o ponto A.
Esse ponto diz que para dado nível de produto na economia,
haverá dado nível de emprego, portanto dado nível de desemprego,
ao qual os trabalhadores barganharão certo nível de salários nominais,
que representarão custo de produção e que estarão repassados aos preços na economia,
mostrando a combinação equivalente ao ponto A,
tanto de nível geral de preços, quanto de produto na economia.
Esse é ponto, então, que está dentro dessa lógica de oferta agregada de curto prazo.
O que é que acontece se nós quisermos comparar esse ponto com
outro ponto que o nível de produção, que o produto da economia,
que o nível de atividade da economia seja maior que o ponto A.
Pegamos, então, outro ponto, o ponto B,
que representa o nível de produto da economia maior.
Vamos partir daí.
Nível de produto maior significa o quê?
Mais trabalhadores empregados.
Por quê?
O ajuste da produção se dá função de contratar ou dispensar
trabalhadores pelo lado da empresa.
Produzindo mais, significa, necessariamente, que há mais trabalhadores
empregados, ou seja, a taxa de desemprego está mais baixa do que no ponto A.
Se a taxa de desemprego está mais baixa, significa que o poder de barganha
dos trabalhadores no mercado de trabalho está maior.
Os trabalhadores podem buscar salários nominais maiores,
podem barganhar e alcançar reajustes maiores nos seus contratos de salário.
Quando esses salários se elevam nos contratos que vão sendo renegociados,
isso vai se refletir custos maiores para as firmas que têm aqueles
trabalhadores que já estão renegociando os seus trabalhos, os seus contratos.
Então, portanto, custos maiores, dado a taxa de markup da empresa,
serão repassados para os preços dos bens e serviços que essas empresas produzem.
Portanto, nós vamos ter como resultado dessa estrutura lógica que toda
vez que a economia estiver num nível de produção maior do que no período anterior,
ela também estará com nível geral de preços maior do que o anterior.
É isso que se revela na curva de oferta agregada.
Então, essa relação não pode ser mecânica,
ela tem que passar pela compreensão da decisão dos agentes
tanto do lado de formar preços e comprar trabalhos,
quanto pelo lado de ofertar trabalho e barganhar por salários nominais,
que é a explicação que estamos utilizando aqui para o comportamento dos trabalhores.
Então, esta é a nossa curva de oferta agregada de curto prazo.
Quando observamos o comportamento da economia ao longo do tempo,
e levando conta que situações de flutuação da economia
situações que caracterizam portanto o curto prazo,
nós não estaremos com o equilíbrio no mercado de trabalho,
nós estaremos fora do equilíbrio, ou seja, fora da taxa de desemprego natural,
e protanto, fora do pleno emprego na economia.
Nós podemos observar que nessas situações de flutuações,
nós ainda não teremos ajuste
completo de todos os fatores que envolvem,
tanto a demanda agregada, quanto a oferta agregada na macroeconomia.
Ainda não houve, não levamos consideração na nossa análise
o efeito que a mudança no nível geral de preços ou na taxa
de inflação observada pelos agentes num determinado momento,
tenha impacto sobre a formação das suas expectativas.
Então, neste momento que as expectativas
ainda não levaram conta a nova situação da economia,
nós não podemos considerar que estejamos no chamado equilíbrio de médio prazo.
Como já conceituamos lá anteriormente, o equilíbrio de médio
prazo vai ser representado exatamente pelo equilíbrio no mercado de trabalho e
este equilíbrio só acontecerá quando as expectativas de inflação se ajustarem,
por parte dos trabalhadores no nosso modelo simplificado.
Então, vejam que,
até o ponto que as expectativas se ajustem, nós não estaremos
num equilíbrio completo, num equilíbrio geral da macroeconomia.
Estaremos no equilíbrio que vamos chamar de equilíbrio de curto prazo,
que vai nos ajudar a entender as flutuações da economia
torno do equilíbrio de médio prazo.
No equilíbrio de médio prazo, uma vez alcançado,
o equilíbrio do mercado de trabalho estará alcançado também por definição,
o que significa que o nível geral de preços e o nível de preços esperado também
estarão convergindo, serão iguais, e este ponto é
ponto que todas as variáveis já se ajustaram,
e portanto, não há nada que faça,
exceto outro choque que possa bater a economia, mas resposta ao primeiro choque,
todos os movimentos já foram realizados, todos os ajustes já foram realizados,
todas as decisões foram revistas e a economia teria alcançado, portanto,
esse ponto, essa referência abstrata de equilíbrio de médio prazo.
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